Origami
LAR, DOCE LAR
para o feminino em todos(as) todas(os) nós.
8 de março, instituído como dia internacional da mulher. Penso esse dia como um recorte no tempo para abrirmos as portas à todas as manifestações do feminino. E elas visitam mulheres e homens que alimentam em sua alma o sagrado, o sinuoso, o etéreo, o instintivo, e todas as personificações da vida interior em seu aspecto "mulher".
Feminino tem tanto jeito de ser... Feminino é plural, eu disse antes. É generosamente exercer os dons, respeitar os ciclos, alinhavar com lãs coloridas silêncios e sons e acender o fogo da caverna enquanto o frio lá fora não chama a sair. Feminino não é nascer mulher - isso é dado. Feminino se constrói, feminino diz da alma.
Eu, quando penso em feminino, associo logo à casa, por seu acolhimento, pelo potencial de colo, chão e terra que as casas oferecem - para crescer, para chorar, pra ser feliz, para ser o que se é. Sem contestações. Casa - pedra angular onde tudo converge. Casa, também ela palavra mágica. Ontem,já com esta postagem 'a caminho, diria que houve uma coincidência (se eu acreditasse nelas) - passeando por uma varanda com vista para a vida lugar de sonhos que constantemente visito e convido vocês a conhecerem, (onde vou quando preciso ar puro, balanço de rede ou chá quentinho ) encontrei isso, escrito pela Ju Moreira:
..."É um afago para a alma, é meu passatempo favorito, é meu momento de encontro comigo mesma.É quando revejo meus valores, faço peneiras, garimpo textos e imagens que antes de atingirem alguém já me ganharam. É um momento de encontro. Sagrado. Necessário.Pra falar a verdade o único ponto negativo ( aos olhos pequenos) é o tempo gasto. E diga-se de passagem, meus olhares são imensos, meus mergulhos, profundos. Preguiça de gente rasa. Como não gastar tempo em algo que te dá prazer? Como não gastar tempo em algo que exige mais que tudo, dedicação?
Então, volto aqui de novo pra explicar antes de a qualquer pessoa que possa se interessar, explico a mim mesma. A Varanda é nossa, é um prazer encontrá-los e mais ainda saber que se identificam com a minha visão de mundo. Bem-vindos, sempre!! A casa é nossa."
Pois é... ela já disse tudo - o que penso do blog, da minha deliciosa casa - santuário, onde cada cantinho me abraça, do feminino em nós e do prazer de criar. Tudo isso junto. Foi perfeito, não há mais o que dizer. Quando estou aqui, quando pego um papel qualquer para dobrar, minha atenção gravita toda ali. Estou inteira. A respiração se altera,desacelerando, o foco mergulha nas dobras e desvãos e quando vejo, salto para outras camadas de mim mesma. Nada me distrai e ao mesmo tempo, tudo é viagem. Ju resumiu isso genialmente quando disse: "SAGRADO. (PONTO) NECESSÁRIO. (PONTO)." Dobrar para mim é uma prática espiritual.
Quando escolhi o nome "ZenOrigami" para o blog, não foi por pretender modelos com formas que remetessem ao Zen ( como se isso fosse possível!), mas pela atitude interna com que me rendo 'as dobras. Cada um tem seu próprio modo de rezar. Origami me induz a um estado meditativo. Acredito que traz em si esse poder e está aí para quem se dispõe a experimentar. Não penso antes em algo que desejasse fazer e depois crio. Tomo o papel e o toco, sinto a mim mesma. É como se escutasse direções. E sou levada, só isso. Está além da minha capacidade de compreensão - como nascem as coisas. Confesso que nem tenho muita curiosidade com relação a isso. Interesso-me pelo estado que me propicia o processo de criar e dobrar. E jamais houve no blog um único modelo que não tenha passado 'a existência sem ser assim.
Zen Origami não é uma proposta de formas, modelos, ensinamentos. É uma ponte de aproximação 'a atitude de interiorização.
Então, pelo dia de hoje, para todas as mulheres e homens que acolhem carinhosamente o feminino em suas almas, vai o tutorial da casa. E que possa trazer a todos, uma atitude mais filosófica diante da vida, da arte, das coisas pequenas e imensas como passatempos, mas com potencial de pouco a pouco, acrescentar alegria, melhorando a qualidade de vida em nosso planeta, feminino por excelência.
TUTORIAL:Será preciso um único quadrado de papel. Usei um de 20cm x 20cm. Depois o recortei em duas partes, (para o telhado uma de 8cm x 20 cm e para o piso com paredes, o restante, ou seja, de 12 cm x 20 cm). Mas você pode fazer em qualquer tamanho de papel quadrado, partido em dois retângulos, respeitadas as proporções abaixo.
Começamos pela casinha de fato. Ela é uma caixa simples, que já foi criada não sei por qual autor ( quem me diz?) à qual apenas acrescentei uma dobra na borda para melhor fechamento ( passo 1, v.f.)
O telhado é feito com o retângulo menor, dividido em 5 partes iguais, como na foto abaixo.
E pronto: assim podemos obter centenas de casinhas - servem como caixas de presente ( quem não gostaria de ganhar um presente cuja embalagem já é um mimo?), ou como objetos decorativos. Pensei também num móbile, mas ainda não montei - fica a idéia aí. Quatro ou cinco casinhas unidas verticalmente por um fio. Quem vai fazer?
Alguns dirão "não é origami" por eu ter aberto portas e janelas em algumas. Kirigami. Sim, por que não? Abaixo uma foto de como repaginei a casinha toda fechada em origami. Brincando de casinha...Com uma tesoura pequena e de pontas retas, fui inventando passagens, para a luz, para o ar, para meu prazer. Ficou assim:
E a sua casa, que arquitetura terá?
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